Neste 2º post venho mostrar a Igreja e Convento de Santo António, também conhecido por Convento da Imaculada Conceição (Antigo Convento de São Francisco), conforme descreve o site da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), cujas fotos aqui apresentadas são da sua responsabilidade, excepto a segunda.
Descrição apresentada no site da DGEMN
Igreja e Convento de Santo António / Convento da Imaculada Conceição / Antigo Convento de São Francisco
IPA
Monumento
Nº IPA
PT041204010013
Designação
Igreja e Convento de Santo António / Convento da Imaculada Conceição / Antigo Convento de São Francisco
Localização
Portalegre, Campo Maior, Nossa Senhora da Expectação
Acesso
Lg. do Convento
Enquadramento
Urbano, meia-encosta, em terreno desnivelado, isolado, a S. do centro histórico da vila, próximo da Capela do Senhor dos Aflitos (v. PT041204030022 ), do Castelo e da Porta da Vila (v. PT041204030002) que lhe ficam a NO.; para S. afronta o Meio Baluarte de São Sebastião e o Baluarte da Boavista (v. PT041204030002). Possui cerca a NO. sendo a Igreja antecedida por adro ligeiramente elevado, lageado, limitado por muros e gradeamento com portão central, a que se acede por 3 degraus de cantaria; no interior do adro, adossados aos muros, bancos de alvenaria com assentos capeados, dois deles com espaldares recortados. Fachadas E. e N. abrindo para via de circulação automóvel, calcetada, nalgumas zonas com faixa separadora a calçada branca.
Descrição
Planta composta por igreja, claustro e dependências conventuais. Igreja de planta longitudinal, composta por coro-alto, nave única e capela-mor rectangular escalonadas, sala do trono ( actual sacristia ) e torre sineira. Fachadas de alvenaria rebocada e caiada, com molduras de vãos, cunhais, embasamentos e portadas e caixilharias de madeira pintados a azul celeste. Fachada principal a S., de três panos, os laterais correspondentes aos corpos dos edifícios conventuais flanqueando a Igreja;
Utilização Inicial
Cultual: convento franciscano masculino
Utilização Actual
Cultual: convento de clausura de Concepcionistas Franciscanas
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época Construção
Séc. 17 / 18 / 20
Arquitecto | Construtor | Autor
ESCULTOR: José Francisco de Abreu (atr.) Séc. 18
Cronologia
1493 - fundação do convento primitivo pelos franciscanos Frei Jorge de Paiva e Frei Amador da Silva, sob a invocação de Santo António; 1514 - ampliação com a construção de um segundo convento; 1645 - mudança da comunidade para outro local e demolição do convento para ampliação das fortificações do castelo da vila (v. PT041204030002); 1685 - início construção do convento actual; 1709 - instalação da comunidade no convento; 1732 - conclusão da construção da igreja, segundo data no pórtico principal; 1738 - construção do claustro; 1834 - expulsão dos frades; 1942 - a pedido do Arcebispo de Évora, D. Manuel Mendes da Conceição Santos, chegam a Campo Maior 5 monjas espanholas, provenientes do Mosteiro da Conceição de Vilafranca del Bierzo que se instalam no arruinado convento entretanto adquirido pela Diocese; 1942 - 1968 - reconstrução do convento, com alteração de todo o interior na zona de clausura.
Tipologia
Arquitectura religiosa, barroca, rococó, vernacular. Igreja conventual franciscana de planta longitudinal composta por nave, antecedida por coro-alto, capela-mor escalonada, sala do trono e torre sineira adossada à fachada lateral direita; a linguagem do barroco vernacular é bem patente na fachada principal, virada a S., na qual a simplicidade do alçado, de tipologia ainda maneirista - pano único entre cunhais, rasgado por portal mármoreo munido de frontão aberto (único elemento erudito) e janelas simples - é animada pela alternância de frontões das janelas e sobretudo pelo frontão contracurvado, de características cenográficas, já barrocas. Característicamente rococó é a fachada S. de uma das dependências conventuais, com trabalhos de estuque de grande riqueza decorativa. No interior mantém-se a austeridade típica da arquitectura franciscana, que nem a riqueza decorativa dos retábulos em talha joanina ou em mármore rococó (com acento no contraste preto e branco) e dos estuques rococó parecem derrogar. Retábulos das Capelas laterais do Evangelho neo-clássicos e da Epístola bem como o retábulo-mor rococó; este de linhas, italianizantes, faz parte de um conjunto alargado atribuível a José Francisco de Abreu, nomeadamente, em Campo Maior, dos retábulos da Igreja de Nossa Senhora da Expectação (v. PT041204010005) e da Igreja de São João Baptista (v. Pt041204030012), da Igreja de Santo António de Borba (v. Pt040703010017), da Igreja de Nossa Senhora da Lapa (v. PT040714030010) e da Igreja dos Agostinhos (v. PT040714030005) em Vila Viçosa, dos retábulos laterais das igrejas da Madalena e de Santa Maria do Castelo de Olivença e do retábulo da capela-mor da Sé de Elvas (v. PT041207030001). Retábulos colaterais joaninos. Azulejos setecentistas.
Características Particulares
Os retábulos de mármore de grande riqueza decorativa; os trabalhos de estuque, quer no interior quer no exterior das fachadas. A cúpula bolbosa da torre sineira em forma de coroa fechada. A fundação do primitivo convento franciscano encontra-se ligada à família Silva, que se destacou na história da Vila, sendo hoje ocupado por irmãs concepcionistas, Ordem fundada por Santa Beatriz da Silva natural de Campo Maior *3.
Materiais
Alvenaria rebocada e caiada; mármore na moldura de vãos, pavimentos e retábulos; telha; madeira em retábulos, pavimentos, portadas e caixilharias.
Bibliografia
KEIL, Luís, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Portalegre, Vol. I, Lisboa, Academia Nacional de Belas-Artes, 1943; MATOS, Jorge Manuel Marques de, Igrejas e Capelas de Campo Maior, Campo Maior, Paróquia de Campo Maior, 1995; MAGALHÃES, Margarida, Santa Beatriz da Silva. Uma glória de Portugal, Lisboa, Rei dos Livros ed., 1999.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Não definido
Intervenção Realizada
Diocese de Évora: 1942 - 1968 - obras de reconstrução do espaço de clausura.
Observações
*1 - dada a existência de clausura não foi possível o acesso às dependências conventuais; *2 - Keil refere no pavimento da capela-mor duas campas rasas datadas de 1738 e 1742 e no da nave uma sepultura brasonada e 4 outras datadas de 1713, 1736, 1738 e 1755; *3 - D. Brites da Silva (1424 - 1490), filha de D. Isabel de Meneses e de Rui Gomes da Silva, alcaide-mor de Campo Maior e Ouguela viria recolher-se a um convento de Toledo de onde lançou os fundamentos da Ordem da Conceição.
Autor e Data
Helena Mantas e Marta Gama 2002 / Rosário Gordalina 2004
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