04 novembro 2012

3º Centenário do Sítio de 1712





 "Deus quer, o homem sonha, a obra nasce."
Fernando Pessoa

Aproveito a frase do Grande Poeta Português para introduzir o evento “Comemoração do 3º Centenário do Sítio de 1712”, realizado ontem, 3 de Novembro de 2012, no Centro Cultural de Campo Maior.

Foi assim que senti este colóquio. Outra Comemoração Maior!

Numa sala, bastante bem composta, tanto a audiência como eu, pudemos usufruir de um excelente momento de história, onde aprendemos mais um pouco (muito) sobre a memória da nossa terra, sobre a sua aventurosa história, que tanto enriquece e enobrece o nosso povo.

O painel de oradores soube arrebatar a plateia. O empenho e engenho das e nas intervenções, bem como nas explicações, foram momentos de muita persuasão e subtileza e de pura “diversão” para mim.

Ouvir estes estudiosos foi uma forma quase poética de recuar tantos e tão longínquos anos, e conhecer factos tão pertinentes tais como, por exemplo, a Batalha da Godinha, conhecer importantes aspectos das fortificações de Elvas e Campo Maior, a Batalha do Caia ou a Conquista de Madrid por parte do exército aliado, onde figuravam forças portuguesas, sob o comando do português Marquês de Minas, e, como não, a heróica resistência ao cerco de 1712, por parte da população militar e civil da mui Leal e Valorosa Vila de Campo Maior. Não podemos, também, esquecer a “ajuda” de determinados cronistas da época, sem os quais não seria possível o deleite dessa tarde.

Ficou, também, patente que o nosso problema actual não é somente de hoje, mas sim de há tantos e tantos séculos de História. Senão vejamos: “as fontes portuguesas da época sugerem claramente que as altas patentes militares do exército português, recrutadas na primeira nobreza do reino, disputavam entre si os comandos de forma recorrentemente tumultuária. José da Cunha Brochado, grande diplomata, em carta escrita em 1708, dizia: Ninguém sabe fazer a sua obrigação, por não haver nem disciplina, nem doutrina, nem escola: não sabemos mandar, nem sabemos obedecer. Os governadores das províncias, assim marítimas, como do reino, apenas sabem ler e escrever. E, sem mais experiência que a recomendação de quem os protege, entram nos lugares.”1

Deveras a História ensina, resta saber “Ler” os seus ensinamentos.

Aproveito, também, a oportunidade para divulgar a exposição referente ao tema deste colóquio e que estará patente até ao dia 22 de Novembro de 2012. É para visitar!

Para concluir, e como campomaiorense que sou, quero, de forma singela, humilde e modesta, agradecer a realização desta comemoração.

Bem hajam.

Campo Maior, 3 de Novembro de 2012.

JPA.

1 Excerto retirado do livro "3º Centenário do Sítio de 1712: um episódio da Guerra da Sucessão de Espanha em Campo Maior", organizado pelo Professor Francisco Pereira Galego.

31 outubro 2012

O outro dia, ao deambular pela blogosfera campomaiorense...



O outro dia, ao deambular pela blogosfera campomaiorense, deparei-me com uma opinião sobre Bibliotecas um pouco desfasada da realidade e com a qual não concordo, redundantemente. Porquê? Passo a explicar.


Nós, enquanto seres dotados de raciocínio e, por vezes, de bom senso, opinamos. E digo, afirmo, subscrevo: É bom opinar. É bom possuir sentido crítico. Sobretudo, o construtivo. Ainda que, às vezes e em certos momentos, o destrutivo também é necessário.


Neste sentido, vou opinar. O assunto é relacionado com um comentário ao “post” que li sobre “Cultura de Massas”, onde menciona um tema, infelizmente esquecido, mas que me-é intrínseca e extrinsecamente familiar – Biblioteca(s). 


Tal como foi enunciado em tal comentário, sou contra o seu encerramento, aqui e em qualquer lugar. É uma ideia negativa. Diria mais, fechar uma instituição deste cariz seria uma atitude irresponsável e um erro crasso.


A meu ver, o grande problema neste e noutros casos é a falta de visão, é a falta de conhecimento(s), além de uma grande falta de responsabilidade social. Porquê?


Esta instituição não é uma instituição qualquer. É uma instituição sem fins lucrativos. Oferece Informação, Cultura, Educação e Lazer. Por isso, é uma instituição que, apesar de não ser rendível no plano financeiro, no plano cultural oferece “lucro intelectual”, ou ao menos informacional. Se não for a curto ou médio prazo, há-de ser, com certeza absoluta, a longo prazo e isso poderá ter reflexos daqui a uns anos na forma como os seus “habitantes” verão a sua envolvente local, regional, nacional e global. Qual Aldeia Global?


Esta instituição bem estruturada e bem enquadrada numa qualquer comunidade é uma mais-valia, é uma Opção de Grandeza Cultural, quer para a população estudantil quer para a população em geral, ou seja, aos jovens e aos menos jovens.


Pode até ser considerada uma GOP – Grande Opção de Promoção… das políticas culturais de qualquer concelho, de qualquer autarquia, de qualquer governo. Porém, para possuir e dar valências à comunidade onde se insere, e tornar-se ela própria uma valência, tem de seguir uma política de dinamização cultural bem estruturada e bem planeada, conjugando eficientemente recursos humanos, materiais e financeiros.


Contudo, existe outro pequeno grande problema – compreender o conceito de Biblioteca na e da actualidade.


Apesar de ter o livro e a estante como “pais biológicos”, esta organização vai muito além deste paradigma. Este paradigma engloba inúmeros aspectos, desde o próprio utilizador até aos produtos e serviços oferecidos, os quais dotam a sociedade de aptidões e competências capazes de observar o mundo com outro olhar, um novo olhar!


Portanto, uma Biblioteca não só contribui para a alfabetização (uma das principais missões da Biblioteca Pública), como também dota os cidadãos com conhecimentos, oferece o poder das ideias e dos ideais, e oferece, também, a pedagogia da literacia e o que ela disponibiliza. E, por isso, tem como grande objectivo promover a leitura e a literacia aos novos e menos novos.


E assim, para finalizar a minha ideia, aponto uma nota de rodapé – para quem tiver curiosidade sobre as missões de uma Biblioteca Pública, é favor pesquisar sobre “Manifesto da IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas”, assinado em 1994.


Sublinho, em 1994!


Por tudo isto e sob o lema “É possível um mundo melhor”, afirmo, com certeza, “É possível uma Biblioteca melhor”. Aqui e em qualquer lugar…


Bem hajam e Boas Bibliotecas… que é como quem diz: Boas Leituras!


19 agosto 2012

Hoje apraz-me dizer...

03 agosto 2012

Jardim de Papel em Campo Maior



Este ano, a "nossa" Avenida vai engalanar-se.

Entre 15 e 19 de Agosto de 2012, o Jardim da Avenida vai acolher a 1ª Edição da iniciativa "Jardim de Papel". Esta iniciativa é integrada na Feira de Santa Maria de Agosto, dia feriado (só até este ano!).

Conforme realçou o munícipio, é uma forma de recriar e homenagear as tradicionais Festas do POvo de Campo Maior.

Na minha opinião, é uma interessante contribuição para manter o espírito artístico deste povo, a "chama acesa" e, sobretudo, uma maneira simpática de promover e preservar a memória e identidade cultural do povo campomaiorense.

É para continuar!

Bem hajam, Boa Feira e Bom "Jardim de Papel".

JPA.

(p.s. Fonte: Jornal Diário do Sul)

30 junho 2012

observar


e saber esperar... ou não!

(Sítio do Mártir Santo visto do Castelo. Campo Maior. 2011.)