"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce."
Fernando Pessoa
Aproveito a frase do Grande Poeta Português para introduzir o evento “Comemoração do 3º Centenário do Sítio de 1712”, realizado ontem, 3 de Novembro de 2012, no Centro Cultural de Campo Maior.
Foi assim que senti este colóquio. Outra Comemoração Maior!
Numa sala, bastante bem composta, tanto a audiência como eu, pudemos usufruir de um excelente momento de história, onde aprendemos mais um pouco (muito) sobre a memória da nossa terra, sobre a sua aventurosa história, que tanto enriquece e enobrece o nosso povo.
O painel de oradores soube arrebatar a plateia. O empenho e engenho das e nas intervenções, bem como nas explicações, foram momentos de muita persuasão e subtileza e de pura “diversão” para mim.
Ouvir estes estudiosos foi uma forma quase poética de recuar tantos e tão longínquos anos, e conhecer factos tão pertinentes tais como, por exemplo, a Batalha da Godinha, conhecer importantes aspectos das fortificações de Elvas e Campo Maior, a Batalha do Caia ou a Conquista de Madrid por parte do exército aliado, onde figuravam forças portuguesas, sob o comando do português Marquês de Minas, e, como não, a heróica resistência ao cerco de 1712, por parte da população militar e civil da mui Leal e Valorosa Vila de Campo Maior. Não podemos, também, esquecer a “ajuda” de determinados cronistas da época, sem os quais não seria possível o deleite dessa tarde.
Ficou, também, patente que o nosso problema actual não é somente de hoje, mas sim de há tantos e tantos séculos de História. Senão vejamos: “as fontes portuguesas da época sugerem claramente que as altas patentes militares do exército português, recrutadas na primeira nobreza do reino, disputavam entre si os comandos de forma recorrentemente tumultuária. José da Cunha Brochado, grande diplomata, em carta escrita em 1708, dizia: Ninguém sabe fazer a sua obrigação, por não haver nem disciplina, nem doutrina, nem escola: não sabemos mandar, nem sabemos obedecer. Os governadores das províncias, assim marítimas, como do reino, apenas sabem ler e escrever. E, sem mais experiência que a recomendação de quem os protege, entram nos lugares.”1
Deveras a História ensina, resta saber “Ler” os seus ensinamentos.
Aproveito, também, a oportunidade para divulgar a exposição referente ao tema deste colóquio e que estará patente até ao dia 22 de Novembro de 2012. É para visitar!
Para concluir, e como campomaiorense que sou, quero, de forma singela, humilde e modesta, agradecer a realização desta comemoração.
Para concluir, e como campomaiorense que sou, quero, de forma singela, humilde e modesta, agradecer a realização desta comemoração.
Bem hajam.
Campo Maior, 3 de Novembro de 2012.
JPA.
1 Excerto retirado do livro "3º Centenário do Sítio de 1712: um episódio da Guerra da Sucessão de Espanha em Campo Maior", organizado pelo Professor Francisco Pereira Galego.
1 Excerto retirado do livro "3º Centenário do Sítio de 1712: um episódio da Guerra da Sucessão de Espanha em Campo Maior", organizado pelo Professor Francisco Pereira Galego.