28 março 2011

Uma Celebração Maior – apontamentos pessoais.



No Sábado, 26 de Março de 2011, assisti a mais um Momento Maior.
Este Momento foi dividido em duas partes. Primeira parte – Castelo de Campo Maior, aquando do descerrar da placa evocativa da comemoração do II Centenário da Guerra Peninsular – 1811- 2011; Segunda parte – a partir das 14h30, no Centro Cultural de Campo Maior, onde decorreu o colóquio “Campo Maior e as Invasões Francesas”.
Através de um interessante conjunto de palestras, as quais abrangeram variadíssimos aspectos de um mesmo tema – O Cerco de Campo Maior em 1811, ficámos a conhecer episódios e factos da nossa História (uns mais ou menos conhecidos, ainda assim muito bem explicados e outros, quanto a mim, inéditos relativamente ao seu conhecimento e divulgação). Estes factos históricos a que aludo realçam a bravura, heroísmo e honradez que pautavam a vida e a maneira de ser e viver de certas personalidades da época, onde a lealdade e o valor eram epítetos de regra e respeito.
Segundo os oradores, esses valores foram conceitos essenciais e heróicos para que Campo Maior não sucumbisse desonrosamente e sem brio, tal como o fizeram algumas praças raianas espanholas. Foram, também, unânimes em considerar tais adjectivos mais do que merecidos, tanto para a nossa Terra, como também, sobretudo, para as nossas humildes gentes. Nas suas opiniões, as adversidades vividas pela população de Campo Maior foram de tal forma gritantes que só a coragem, a força, a valentia, a inteligência e o sentido de estado e de ser integro, fizeram com que a, então, Praça Militar de Campo Maior não cai-se nas mãos do invasor de forma ridícula, vergonhosa e aviltante. Daí a Portaria Real de 18 de Abril de 1811 determinar (...) "I. Que a vila de Campo Maior se denomine daqui em diante, a Leal e Valorosa Vila de Campo Maior, acrescentando por baixo do escudo das suas armas as palavras Lealdade e Valor." (...)
Reparem, também, na esplêndida negociação de rendição feita pelo Major do Real Corpo de Engenheiros, José Joaquim Talaya, o então governador da praça, a qual pode ser consultada na brochura entregue nessa tarde.
É pena que essas atitudes, tão reconhecidamente patrióticas, tivessem sido esquecidas e caídas em desuso. Talvez, e digo talvez, hoje em dia, não estivéssemos como estamos. Ainda há quem diga que a História ensina lições, grandes lições (e acredito que sim), mas ao que parece nem todos a querem aprender e, mais grave, nem a querem ouvir!
Para finalizar, deixando de parte os meus pensamentos, quero agradecer e dar as minhas felicitações a todos aqueles que me proporcionaram esta comemoração maior, para mim um momento melodioso. Formulo, também, o desejo de que estas sessões, diria mesmo lições, não ficassem por aqui, porque, como foi dito numa das palestras, uma pessoa que não conhece a história do seu país, da sua terra e da sua gente, nunca poderá compreender o significado de tamanha empresa – a sua História Nacional, Local e, acrescento, Pessoal. E, por conseguinte, não poderá realizar um bom trabalho seja em prol de si, seja em prol da comunidade onde está inserido.
Em última nota e sem querer minimizar as outras apresentações, cujo conteúdo foi deveras dotado de sagacidade, tenho de salientar a excelente explanação de conhecimentos do Dr. Luís Alfonso Limpo (Bibliotecário/Director da Biblioteca Pública Municipal de Olivença) e do Professor Francisco Galego, cujas comunicações foram, quanto a mim, o ponto alto desta magnifica tarde, duzentos anos depois!
A todos, um Grande Bem Haja.
Campo Maior, 28 de Março de 2011.
JPA.

18 março 2011

Uma Celebração Maior em Campo Maior - 26 de Março


A não perder!


No dia 26 de Março de 2011, Sábado, o Município de Campo Maior e o Exército Português assinalam a passagem dos 200 Anos da Guerra Peninsular e do Cerco das Forças Francesas à nossa Vila.

Para tal celebração, o evento contará com o seguinte programa oficial:

10h30 - Cerimónia de hastear das Bandeiras no Edifício dos Paços do Concelho;

11h15 - Cerimónia de hastear as Bandeiras Nacionais (PRT, UK, FR e SP) no Castelo;

11h45 - Cerimónia Militar no Castelo e descerramento de Placa Evocativa;

14h30 - Colóquio "Campo Maior e as Invasões Francesas" no Centro Cultural;

16h45 - Inauguração da exposição "Além Tejo Fronteira" no Centro Cultural.


A todos os responsáveis e intervenientes nesta Homenagem, um grande bem haja... pela força, pela vontade e pela dedicação!


ps. A informação do programa foi retirada da Agenda Cultural de Março de 2011 - Campo Maior.

08 março 2011

Máquinas de outros tempos...


Nora, máquina utilizada em tempos idos, extraia água de poços para diversos fins.

Eis o que diz o dicionário de língua portuguesa:

nora (ó)
s. f.
1. Máquina hidráulica formada por alcatruzes presos a uma corda ou corrente sem fim que mergulham de boca para baixo e sobem cheios.
2. Alg. Poço de onde se extrai água por meio de engenho.

Esta que vos apresento fica no sítio de São Joãozinho.









Mais informações em Wikipédia.

Santa Vitória, o povoado (II)


No dia 27 de Maio de 2009 postei um pequeno artigo sobre o sítio de Santa Vitória (link).

Hoje, passado este tempo todo, volto a falar deste sítio, Magnífico! Mostro-vos fotografias, captadas pela minha sony, que elucidam, sobremaneira, este local e, pois claro, interpretem-nas, analisem-nas conforme queiram...

Quanto a mim, o sítio não faz jus ao nome. Porquê? Perguntem à "crise". É pena... para um imóvel classificado como a nossa Igreja Matriz!





(O sítio alto com uma boa plataforma, com visibilidade e controle do território que se explora e ao qual se acede com dificuldade, vai ser - a partir do período calcolítico, com a acumulação de produtos agrícolas e a troca de objectos de prestígio - , dotado de estruturas de protecção que a pouco e pouco se tornam dispositivos militares inexpugnáveis.

Estes sítios constituem marcos importantes na paisagem cultural. Os cabeços que avistamos com uma altitude de cerca de 300m, foram seleccionados como locais para viver e, por isso mesmo, para defender. O sítio arqueológico onde estamos foi habitado durante o IIIº milénio a C. Ao longe, o castro de segóvia foi ocupado durante os períodos do Ferro e Romano. Pelo castelo de Elvas passaram ininterruptamente populações do ferro, romanas, visigóticas, muçulmanas e cristãs. Neste longo devir foram construidas muralhas e torres adaptadas as necessidades de defesa, consoante o armamento disponível. Durante os séculos XVII e XVIII, o uso da artilharia fez surgir uma nova arquitectura militar. Os povoados foram cercados de novas muralhas com baluartes (em forma de estrela) e fossos, os fortes completam este dispositivo militar.)




(Os castelos de Campo Maior, Ouguela, Elvas, Juromenha constituem a principal linha de defesa desta zona raiana. Durante o período medieval, na reconquista, desempenharam um papel importante e, posteriormente, na definição das fronteiras entre Portugal e Castela. Os castelos de Campo Maior e Ouguela só integraram o território português com o Tratado de Alcanices. No século XVII, Campo Maior é dotada de uma nova cintura de muralhas abaluarda. Foi palco constante de lutas e cercos durante o período entre as guerras da Rstauração e Napoleónicas.)










(imóvel de interesse público)