No Sábado, 26 de Março de 2011, assisti a mais um Momento Maior.
Este Momento foi dividido em duas partes. Primeira parte – Castelo de Campo Maior, aquando do descerrar da placa evocativa da comemoração do II Centenário da Guerra Peninsular – 1811- 2011; Segunda parte – a partir das 14h30, no Centro Cultural de Campo Maior, onde decorreu o colóquio “Campo Maior e as Invasões Francesas”.
Através de um interessante conjunto de palestras, as quais abrangeram variadíssimos aspectos de um mesmo tema – O Cerco de Campo Maior em 1811, ficámos a conhecer episódios e factos da nossa História (uns mais ou menos conhecidos, ainda assim muito bem explicados e outros, quanto a mim, inéditos relativamente ao seu conhecimento e divulgação). Estes factos históricos a que aludo realçam a bravura, heroísmo e honradez que pautavam a vida e a maneira de ser e viver de certas personalidades da época, onde a lealdade e o valor eram epítetos de regra e respeito.
Segundo os oradores, esses valores foram conceitos essenciais e heróicos para que Campo Maior não sucumbisse desonrosamente e sem brio, tal como o fizeram algumas praças raianas espanholas. Foram, também, unânimes em considerar tais adjectivos mais do que merecidos, tanto para a nossa Terra, como também, sobretudo, para as nossas humildes gentes. Nas suas opiniões, as adversidades vividas pela população de Campo Maior foram de tal forma gritantes que só a coragem, a força, a valentia, a inteligência e o sentido de estado e de ser integro, fizeram com que a, então, Praça Militar de Campo Maior não cai-se nas mãos do invasor de forma ridícula, vergonhosa e aviltante. Daí a Portaria Real de 18 de Abril de 1811 determinar (...) "I. Que a vila de Campo Maior se denomine daqui em diante, a Leal e Valorosa Vila de Campo Maior, acrescentando por baixo do escudo das suas armas as palavras Lealdade e Valor." (...)
Reparem, também, na esplêndida negociação de rendição feita pelo Major do Real Corpo de Engenheiros, José Joaquim Talaya, o então governador da praça, a qual pode ser consultada na brochura entregue nessa tarde.
É pena que essas atitudes, tão reconhecidamente patrióticas, tivessem sido esquecidas e caídas em desuso. Talvez, e digo talvez, hoje em dia, não estivéssemos como estamos. Ainda há quem diga que a História ensina lições, grandes lições (e acredito que sim), mas ao que parece nem todos a querem aprender e, mais grave, nem a querem ouvir!
Para finalizar, deixando de parte os meus pensamentos, quero agradecer e dar as minhas felicitações a todos aqueles que me proporcionaram esta comemoração maior, para mim um momento melodioso. Formulo, também, o desejo de que estas sessões, diria mesmo lições, não ficassem por aqui, porque, como foi dito numa das palestras, uma pessoa que não conhece a história do seu país, da sua terra e da sua gente, nunca poderá compreender o significado de tamanha empresa – a sua História Nacional, Local e, acrescento, Pessoal. E, por conseguinte, não poderá realizar um bom trabalho seja em prol de si, seja em prol da comunidade onde está inserido.
Em última nota e sem querer minimizar as outras apresentações, cujo conteúdo foi deveras dotado de sagacidade, tenho de salientar a excelente explanação de conhecimentos do Dr. Luís Alfonso Limpo (Bibliotecário/Director da Biblioteca Pública Municipal de Olivença) e do Professor Francisco Galego, cujas comunicações foram, quanto a mim, o ponto alto desta magnifica tarde, duzentos anos depois!
A todos, um Grande Bem Haja.
Campo Maior, 28 de Março de 2011.
JPA.
Sem comentários:
Enviar um comentário